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sábado, 30 de abril de 2011

Mosaico de Cultura Leopoldinense

                              Mosaico Cultural

O bairro da Penha é mosaico de cultura, seja na música, artes-plásticas, artes cênicas e poesia... Foi nele que a Revolução dos Versos começou, e é no bairro que está havendo, de maneira cada vez mais intensa, uma produção cultural que se extende para bairros vizinhos, como Ramos, Olaria, Bonsucesso e Villa da Penha.

Na Villa da Penha existe já um movimento cultural intenso, que é feito pelo Evando dos Santos, que é o dono da Biblioteca Comunitária Tobias Barreto, e isso é legal, muito legal, mas ele se resringe...

O Evando gosta de se manifestar apenas no bairro onde ele mora, então existe, meio que uma espécie de cerceamento da cultura manifesta, concentrada no bairro. 

Como os bairros tem tendência ao isolamento na questão da cultura, as manifestações culturais de rua são realizadas somente nos limites bairristas cariocas. Um exemplo desse isolamento que existe foi quando, na segunda metade de 2006, que participei de um grupo que se organizou para realizar saraus itinerantes do na Penha, dei a sugestão de o grupo se aproximar das manifestações que estavam sendo realizadas na biblioteca comunitária da Villa da Penha e recebi como resposta de uma das organizadoras: "A biblioteca comunitária é uma coisa da Villa da Penha. Deixa ele lá com a biblioteca dele e vamos nos manifestar aqui", não exatamente com essas palavras, mas na síntese foi isso.

O grupo, idealizado pelo escritor Mário Xavier se chamava "Sarau Cultura e Poesia na Penha Acontece", que se formou apenas para organizar saraus de poesia, que no bairro, na época dessese encontros, não tinha nenhum. Como eu estava fazendo faculdade de Comunicação Social, da divulgação nas mídias, quem cuidava era eu, mas fazia a divulgação e dava o telefone da Biblioteca Popular Alvaro Moreyra, que é a biblioteca do bairro. Isso acabou gerando um certo desconforto, pois as pessoas ligavam e perguntavam por mim, e como eu não estava no local, falavam com a pessoa representante do grupo da biblioteca mesmo.

Isso gerou uma certa inveja do seu Mário Xavier, que além de escritor também era jornalista... As pessoas começaram a me rotular como "o inimigo do seu Mário".

Na época eu também tive a oportunidade de fazer um programa na rádio comunitária da Penha, a Rádio Rayzes FM, que eu precisava fazer um trabalho para a faculdade sobre uma ONG e fiz sobre a nstituição. Aproveitei para fazer a proposta de um programa de rádio voltado para a poesia - que não havia na época! Seis meses depois consegui o espaço na rádio. Como eu tenho um livro de poesia que se chama "Um Toque de Poesia", o nome do programa ficou sendo Toque de Poesia mesmo.

O programa teve uma vida breve, durando desde o início do mês de setembro de 2006 até dezembro do mesmo ano. Tinha um senhor, que particiava do sarau, o Paulo Roberto, que fazia o programa comigo, falando uma poesia dele no final... Acho que isso contibuiu para o desentendimento com o seu Mário, pois ele também havia sido locutor de rádio ...

O primeiro encontro deste grupo foi realizado, no mês de agosto, na Biblioteca Popular Alvaro Moreyra mesmo. O segundo foi realizado no Colégio São Fabiano, ocasião em que consegui levar o RJTV para fazer a cobertura do evento: no dia seguinte teve uma "nota pé" no jornal, com uma inserção rápida de imagem: o que não foi nada, mas que já foi alguma coisa!

No mês de outubro o sarauf oi feito no Colégia Nova Jerusalém, que ficava na rua do Couto, esquina com a Leopoldina Rego, e que até já trocou de nome. Neste evento, fui, falei minha poesia, mas percebi que a linguagem poética estava sendo deixada de lado. Minha esposa, namorada na época, viu um papel com todos os nomes das pessoas do bairro que iriam se apresentar no dia, logo depois de eu ter recitado minha poesia, e me perguntou: "Por que o seu nome não está ali?", respondi que não sabia e fui para casa.

No dia seguinte, cobrei explicações da Ana Cristina, diretora da Biblioteca Popular Alvaro Moreyra na época... Recebi como resposta a seguinte pérola: "Não tinha porque o seu nome estar naquele papel porque você é só um poeta" - saí do grupo!

Acho que em novembro teve outro sarau, na própria biblioteca, e no mês seguinte o sarau acabou. Fiquei sabendo tempos depois que o sarau teve fim porque o seu Mário Xavier havia morrido e este sarau ficaria como uma espécie de legado para ele no bairro.

O programa de rádio também acabou porque estava tomando muito o meu tempo e eu precisava terminar a faculdade, afinal, eu fazia-o como uma espécie de trabalho voluntário - não ganhava nada!

Bem, o programa Toque de Poesia, pesar de sua vida breve, pelo que eu pude perceber na época, foi o que inseriu um coditiano cultural no bairro da Penha - me orgulho muito de o ter realizado enquanto pude!

No ano seguinte o Miguel Gustavo, um dos vice-presidentes do Olaria Atlético Clube me convidou para organizar um sarau de poesia em uma padaria no bairro de Olaria... Disse a ele que tudo bem. O nome da padaria era Confeitaria Alhambra.

O sarau, em si, não tinha nome, então era chamado de "Sarau de Olaria" mesmo. Começou com três pessoas apenas, no dia 26 de maio de 2007. Ficou definido que toda última quarta-feira do mês ele seria feito lá.

Eu sempre chamava outros poetas, de outros saraus de poesia do Rio, utilizando a interne.. No segundo houveram cinco pessoas, e entre elas o Jonas, que sempre apresentava os eventos culturais do bairro...

No terceiro, os poetas que eu chamava pela internet, apareceram todos de uma vez! Na Confeitaria Alhambra, que fica em frente à Estação de Olaria se encontravam mais ou menos umas 20 pessoas.

No quarto, ainda na Confeitaria, como teve um assassinato na rua de trás do estabelecimento, acho que um ou dois dias antes da última quarta-feira do mês, houveram poucos participantes.

Quando o sarau passou para o clube do Olaria foi que ele morreu de vez, pois  nos jogaram em um parquinho cheio de mosquito... Ainda teve dois encontros lá, mas que acabou morrendo também.

Bem, esse foi o início das manifestações culturais no bairro da Penha e da região da Leopoldina também, pois o sarau, neste período, passou de um bairro para outro. Não teve continuidade porque poesia, a linguagem poética em geral, é um hábito que precisa ser cultivado. É como ler jornal de manhã no café.

Como o Jonas participava desse saraus que eu organizava, em outubro de 2009 ele me chamou para fazer um sarau no Centro Cívico. Disse que tudo bem e que seria na semana seguinte... Na quinta-feira seguinte foi realizado o Sarau Leopoldinense, dia 29 de outubro, em que foi proclamada a Revolução dos Versos no bairro da Penha e que só veio a aflorar mesmo em dezembro de 2010, com as Sopinhas de Versos!!!
  

                                                                      Dennys Andrade

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