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terça-feira, 19 de abril de 2011

Distribuição de Versos em Copacabana

Hoje, terça-feira, dia 19 de abril, não houve sarau de poesia. Houve sim uma distribuição de versos (sopinhas) na práia de Copacabana, a partir de meio-dia em ponto. Comecei a distribuição no Posto 4 e fui andando em direção à estátua do Carlos Drummond de Andrade. 

A distribuição de versos já se tornou até uma coisa rotineira no bairro da Penha, mas em Copacabana foi a primeira vez, e como homenageado da vez, não poderia ser ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade, que é reconhecido como o poeta do século 20...

Na orla de Copacabana, durante o caminho, em direção ao Forte, fui distribuindo as sopinhas, que algumas pessoas aceitavam de bom grado, outras recusavam e ainda tinha quem pergutasse: "O que é isso?", então eu respondia "Versinho de Carlos Drummond de Andrade...", aí sim, a pesoa aceitava.
Ao chegar na estátua do poeta, após o Posto 5 da práia, comecei a recitar os versos dele à esmo mesmo. Recitei três, mas como a garganta já estava pigarreando, devido ao esforço dos outros saraus realizados, continuei a distribuição de versos, dando proseguimento à minha peregrinação pessoal...
Como sempre, nos primeiros saraus realizados ninguém deu muita atenção à manifestação artística, mas ela aconteceu e é isso que é importante!!!
Ao chegar na estátua do Noel Rosa; aliás, Dorival Caymmi no Posto 6 - o Rio é uma cidade poesia! - sentei-me em um banco próximo e comecei a coneversar com um senhor. Dei-lhe uma sopinha de versos e também distribuí para outras pessoas que estavam no local.
Perguntei-lhe o nome e ele disse João Carlos... 
Ele começou a dizer que isso - a distribuição -  era uma coisa muito boa -, pois ninguém dava a atenção que a poesia merecia...

Disse a ele que algumas pessoas aceitavam de cara e outras recusavam, então, eu não insistia... Outras pessoas primeiro recusaram e depois de saber que eram versos do poeta aceitavam de bom grado.
Ele comentou que as pessoas achavam que era coisa de religião e por isso não aceitavam. Este senhor comentou que música começa com uma poesia... Disse a ele que em uma entrevista do Raul Seixas  ele diz que o Paulo Coelho, imortal da Academia Brasileira de Letras, e que era parceiro dele, sempre entregava escritos para ele, e Seixas, por conseguinte, sempre mudava alguma coisa... Então, Paulo Coelho perguntou: "Por que você sempre muda o que eu escrevo?", e ele, gênio que era, respondeu "Porque o que você faz é poesia e o que eu faço é música."

Este senhor, o João Carlos, comentou que tocava violão e que tinha um grupo que se reunia em um apartamento em Ipanema para tocar. Eu falei que essa era a história da Bossa Nova, e ele disse que participavam do grupo também Gilberto Gil , Caetano Veloso e outros...
Disse a ele que era o pessoal de Ipanema, que nem o grupo do Roberto Carlos. O cantor, quando adolescente tinha uma turma que se reunia em um bar no Rio Comprido: que dessa turma sairam o pessoal da Jovem Guarda, além do Tim Maia com os Sputniks... Depois ele confirmou que se tratava do pessoal da Bossa Nova!
Disse-me também que antigamente, se se queria ver artista era só ir na televisão. Disse que o Wilson Sional, apertava a sua mão dizendo "E aí, como é que você tá?" e depois ia gravar.
Perguntei de que televisão se tratava e ele disse que era a TV Excelsio. Perguntei aonde ficava, em que rua... E ele disse que ficava ali na Visconde de Pirajá.
Mostrei para ele o meu livro, "Um Toque de Poeia" e ele disse que eu tinha que aprender violão para musicar as minhas poesias...
Conversamos mais um pouco até que me despedi. Na volta, voltei distribuindo versos pelo calsadão até que parei, pois estava muito calor e pedi em um quiosque um refrigerante.
Sentei-me e comecei a conversar com uma ambulante do calsadão, que vendia pulseirinhas... Perguntei se ele gostava de poesia e ele disse que não se importava. Comentei que estava distribuindo versos do poeta (Drummond)... Ele não falou nada!
Então fui embora pra casa, no bairro da Penha.

Bem, dessa forma consegui que a cultura, até mesmo em Copacabana, fosse reverenciada.
Hoje na saída do Forte de Copacabana, que visitei após o encontro com o João Carlos, perguntei a um dos soldados que eu havia dado as Sopinhsa de Versos do Carlos Drummond de Andrade quandocheguei, se ele tinha gostado e ele respondeu que sim, dizendo ainda: "Estamos percisando disso, e muito!"

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