Segundo o antropólogo e escritor Roberto Damata, "a lindeza democrática é concordarem discordar", pois na Democracia brasileira, entre outras coisas, para se reformar isso ou aquilo, do jeito, do um geitinho de uma "culpabilização de todos contra todos", o que Hobbes chamou de Leviatã.
Quando se trata de culpa chegamos a uma harmonia - ou seria consenso? - em que o recalque está no dogma da transparência absoluta que suprime o direito à autonomia, que segundo Damata é "a prerrogativa de ser diferente num universo de iguais".
Para o antropólogo o indivíduo que se desvia - o desigual - que normalmente em nossa sociedade, é tomado como traidor" pode também ser um guia porque enxergou o que ninguém viu. Segundo damata a literatura de kafka é anterior à de Marx Weber, que é anterior à de Louis Dumond, que fala sobre o indivíduo e o individualismo como, construções: invenções culturais.
Diz que o respeito, em nossa sociedade, é uma coisa que vem de fora para dentro, citando ainda "o amor aos ditadores e nas concórdias políticas sem oposição e com vantagens financeiras, como ocorre hoje no Brasil", como acontecia no governo Lula... A Dilma foi eleita como sucessora dele!
O filósofo diz ainda que a individualização precisa do seu contrário, que precisa de uma visão de todos, obtido desta relação, o que permite a discórdia positiva. O autor cita, em seu artigo (O Globo, 27/04/2011) um caso: o texto escrito por A. R. Radcliffe-Brown, que é um importante antropólogo de Oxford, tinha um projeto que era uma contradição, en termos, pois o intento deste projeto era "construir um ciência natural da sociedade humana"... damata relata que quando radcliffe discordou de um dos seus professores, verificando que a dissociação era irremediável, os dois chegaram em um paradoxo, pois eles concordaram em discordar!
Para damata é fantástico o "concordar em discordar", dizendo que todo o seu aprendizado acadêmico e cultural era o de "concordar a despeito da discordia", que "esse apanágio dos autoritarismos ", representa, na verdade, o paralelo que é o Brasil em que vivemos...
NO século 21 viemos em um país que precisa de ordenação e o que pode nos dar uma orientação à essa ordemação é a poesia.
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