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sábado, 6 de agosto de 2011

Sarau da carioca

O Sarau da Carioca é um movimento poético literário que vem ser realizando desde a primeira sexta-feira do mês de dezembro de 2010; a sexta-feira seguinte à ocupação do Morro do Alemão pelas forças do Estado. O movimento literário surgiu como uma resposta à violência vivida por todos no Rio de Janeiro.

No Sarau da Carioca é utilizado a Sopinha de Versos, que é uma dobradura feita com tiras de papel contendo trechos de versos dentro, de diversos autores renomados nacionais e internacionais.

A Sopinha de Versos surgiu como uma forma diferente de se homenagear autores nos saraus de poesia: nos diversos saraus de poesia que acontecem no Rio de Janeiro, em São Paulo, Minas Gerais e em todo o Brasil de forma aleatória... A esse movimento de realização de saraus dispersos que acontecem em todo o país, conceituo como uma Revolução dos Versos.

A Revolução dos Versos, aliás, é isso!!!

Diversos saraus espontâneos acontecendo todos ao mesmo tempo, a nível nacional, pois existe uma certa coordenação entre os saraus que acontecem em uma mesma cidade, para um sarau não tirar o público do outro. Porém o limite desta coordenação – dessa coesão – é muito fraco, mas minimamente existe!

Como não existe uma coordenação entre os saraus que acontecem no Brasil, fatalmente e certamente, é claro, mais de um sarau de poesia acontece em um mesmo dia, seja em nível municipal, estadual e federal, e como não existe nenhuma coordenação desses saraus independentes que estouram ou pipocam à toda hora no país, pode-se dizer que todos acontecem ao mesmo tempo, mesmo que ocasionalmete no mesmo horário

Isso é revolução... Isso é a Revolução dos Versos!!! Esta revolução, aliás, já está proclamada! 

A Revolução dos Versos foi proclamada no dia 29 de outubro de 2009, em um sarau realizado no Centro Cívico Leopoldinense, que é um clube tradicional do bairro da Penha (RJ): este é um clube que foi fundado por escoteiros nos anos de 60 ou 40, não sei ao certo...

Nesta ocasião que criei a Sopinha de Versos para homenagiar o poeta João do Rio com poesias que foram extraídas do livro “A Encantadora Alma as Ruas”, com versinhos como:

“Tem duas coisa na vida que me faz chorá. Uma é nó nas tripa, a outra é bataião navá.”

E quem nunca ouviu:

“Se essa rua fosse minha, eu mandava ladrilhar, com pedrinhas de brilhantes, para o um amor passar.”

Quanto ao primeiro versinho penso que o autor se referia ao episódio dos “18 do Forte” acontecido em 1922, no Rio de Janeiro, em que o Forte de Copacabana disparou balas de canhão contra outros fortes cariocas devido ao atraso ao início do movimento militar brasileiro que ficou conhecido como “Tenentismo” que se espalhou por todo o país e culminou com a posse de Getúlio Vargas em 1930. Em 1954, coagido por tropas militares brasileiras, se suicidou...

A invenção das Sopinhas de Versos deu tão certo que as pessoas do sarau de poesia só quiseram saber de retirar e ler os versinhos das sopinhas, fazendo assim um rodízio para degustar a Sopinha de Versos!

Neste momento rompeu-se, o que já era uma tradição nos saraus realizados no Rio de Janeiro, pois os diversos saraus eram de poesias autorais, ou seja: os diversos poetas iam para ler as suas “próprias poesias”, deixando assim, de lado, os grandes autores... Com a Sopinha de Versos o foco poético deixou de ser as “poesias produzidas pelo próprio autor” e passou a ser as poesias feitas pelos grandes autores.

No fim do sarau, do dia 29 de outubro, sugeri ao Mestre Jonas, que havia me convidado para organizar o sarau: “O que você acha de nós proclamarmos a Revolução dos Versos no bairro da Penha?”, no que ele me respondeu: “Já está proclamada!”

En6tão, os poetas do bairro da Penha consideram que a Revolução dos Versos foi proclamada no dia 29 de outubro de 2009. Em dezembro de 2010 se iniciou a distribuição gratuita de versos (Sopinha de Versos) de autores renomados pelas ruas do Rio de Janeiro.

Já foram homenageados no Sarau da Carioca os autores João do Rio (homenageado em dezembro de 2010), Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes, Augusto dos Anjos, laurentino Gomes, Álvaro Moreyra, Monteiro Lobato, Dorival Caymmi, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade e outros...

Dennys Andrade

  

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