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sábado, 26 de março de 2011

O Cenário Artístico do Início no Século 20

                  Inquietações Modernistas

Os artistas brasileiros se expressavam e se movimentavam antes da Semana de Arte Moderna de 1922, mas de forma dispersa, como agora no início do século 21...

Segundo o autor Douglas Tufano, "enquanto corria no Brasil um acentuado desenvolvimento industrial e urbano, com rodundas modificações na vida social em decorrência da Primeira Guerra Mundial, o mesmo nõ aconteci no campo artístico", pois a literatura existente nã época permanecia presa aos velhos  odelos acadêmicos parnasianos, o que refletia assim, nas primeiras décadas do século 20 a postura adquirida do século 19.

Todos reconheciam a necessidade de uma revovação da literatura, mas nem todos viam com agrado as ideias da revolução estética que começava a c ircular entre os escritores mais jovens...

Estes escritores promoviam encontros e articulavam movimentos com o objetivo  de agitar um pouco o ambiente cultural brasileiro - exatamente como é feito agora, início do século 21, em que grupos de pessoas se organizam e se reúnem para fazer saraus de poesia nos diversos bairros da cidade.

Foi em 1912 que o jovem escritor e jornalista Osvaldo de Andrade tomou conhecimento das ideias futuristas (na Europa), que mais tarde seriam divulgadas em São paulo. Ao mesmo tempo, outro jovem poeta (Manuel bandeira) entrava em contato, na Suíça, com a literatura pós-simbolista.

"Em 1915, um brasileiro, Ronald de carvalho, toma parte na fundação da revista Orfeu, que assinala o início da vanguarda futurista em Portugal."

Em 1916 é fundada a Revista do Brasil, que era marcada por uma linha nacionalista, e que aos poucos foram se formando grupos de escritores e artista, que apesar de não terem um objetivo claro do que fazer, setiam a necessidade de se expressar, de abanonar os velhos modelos tradicionais da cultura e procurar novos caminhos... Estes novos escritores passaram a atacar a Academia Brasileira de Letras, pois a viam com a expressão do tradicional e arcaico, estéril e pomposo. Estes jovens atacavam-a defendendo a bandeira da renovação, da modernidade.

Em dezembro de 1917 e janeiro de 1918, Anati malfati fez uma exposição de seus quadros, e como ela estava voltando de viagem à Europa e aos Estados Unidos; onde esteve em contato com a arte moderna e incentivada por alguns amigos, expôs suas últimas obras, o que gerou comentários, contra e a favor, no meio artístico paulistano... 

O que gerou a polêmica em torno desta exposição, sobre a validade da nova arte, foi um atigo escrito por Monteiro Lobato, que era crítico do jornal O Estado de S. Paulo, na seção "Artes e Artistas", que tinha o título "Paranóia ou Mistificação".

Monteiro Lobato criticou ferrenhamente a nova arte - a ridicularizando-a:

"Há duas espécies de artístas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em conseqüência disso fazem arte pura, guardando os etérnos ritmos da vida, e adotados para concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. (...)A outra espécie é formada pelos que vêem anormalmente a natureza, e sugeridas cá e lá como furúnculos da cultura expressiva. São produtos do cansasoe do sadismo de todos os períodos de decadência; são frutos de fim de estação, bichados ao nascedouro . Estrelas cadentes, brilhão um instante, as mais vezes com a luz do escândalo, e somem-se logo nas trevas dos manicômios. A única diferença reside em que nos manicômios esta rate é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados pelas mais estranhs psicoses; e fora deles, nas exposições públicas, zambumbadas pela imprensa e absorvidas por ameicanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem lógica, sendo mistificcção pura."  (Monteiro Lobato)

Em outro trecho, falando a respeito da arte moderna em geral: "Sejamos sinceros: futurismo, cubismo, impressionismo e tutti quanti  não passam de outros tantos ramos da arte caricatural. É uma expressão da caricatura onde não havia até agora penetrado".

A repercusão da crítica do escritor, que era um nome bem conhecido, foi instantãnea: quadros que haviam sido comprados foram devolvidos; a pintora (Anita malfatti) sofreu vexames; a arte moderna foi ridicularizada, por contrariar a técnica naturalista que tinha como objetivo a reprodução fotográfica da realidade. 

O desejo de renovação pairava pelo ar nos idos de 1918, mas a mentalidade de renovação da artista era avançada, para a época, e por isso teve uma reação viol~enta  à iniciativa.

Neste fato histórico, o Modernismo sofreu o primeiro ataque de conservadores, o que transpareceu que a luta para a revonação da "arte nacional" não seria uma coisa tão simples...

Apesar da crítica de Monteiro Lobato ter provocado ressentimentos por um lado, por outro, despertou a simpatia de um grupo de novos artsitas paulistas, que queriam ganhar espaço para divulgar suas idéias renovadoras. Neste grupo estavam Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Di cavalcante e outros, que tinham em comum o desejo de se libertar dos modelos acadêmicos(de consepção artística) praticados na época.

Mário de Andrade, anos mais tarde, confirmou a importãncia do pioneirismo de Anita malfatti escrevendo:

"Foi ela, foram os seus quadros que nos deram uma primeira consciência de ravolta e de coletividade em luta pela modernização das artes brasileiras. Pelo menos a mim".

Victor Brecheret, era um italiano radicado no Brasil, que foi convertido no segundo destaque anterior à Semana de 1922. Victor tinha um comportamento avesso às apresentações públicas, preferindo o trabalho solitário... Foi descoberto pelos modernistas em um ateliê, foi transformado em foco das atenções  dos jovens artistas, que ficaram deslumbrados perante suas obras, de seu vigor e de suas concepções estéticas, que o levaram á categoria de gênio.

Porém, as opiniões, em torno das obras-de arte de Brecheret não agradava os conservadores, embora, até mesmo Monteiro Lobato (que antes tinha sido aspero com o modernismo de Anita malfatti) fez parte dos adimiradores do escultor...

Quando Brecheret venceu um concurso em Paris, o que para os modernistas foi a vitória de suas idéias, pois vencer em Paris era, ao mesmo tempo, vencer no mundo civilizado - o Rio antigo (no sentido arquitetônico) é uma cópia de Paris! - e era também, "chamar de retrógrados os que não aceitavam a nova arte. No dia10 de novembro de 1920, Menotti del Picchia, escreve no Correio Paulistano: "Brecheret é a grande vitória do 'futurismo' paulistano. É a consagração do grupo novo. É a morte da velharia, do arcaísmo, do mau gosto. É o triunfo da mocidade de Piratininga, que é a mais bela e a mais forte de nossa querida Pátria!"

Bem, futurimo é como se auto-designavam os modernistas da época. A palavra modernismo  ainda não era corrente. Embora não concordassem totalmente com as ideias de marinetti, o fundador do futurismo italiano, os modernistas paulistanos aceitaram este rótulo para marcar posição no cenário artístico nacional. Ser futurista, no Brasil do século 20 era ser contrário à arte acadêmica e adepto às ideias renovadoras e arrojadas. Para o conservadores ser futurista era ser extravagante...           

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