Hoje li uma matéria no jornal "O Globo" falando que um prêmo Nobel dos anos 90 que fez um "poema-manifesto" sobre as tensões entre Irael e o Irã... Legal!
O problema é o termo "poema-manifesto", afinal de contas, todo poema que conheço é um manifesto, que não precisa ser escrito por Prêmio Nobel nenhum para o ser como tal.
Todo poema é um manifesto! Pode ser um manifesto de amor, de alegria, de tristeza, de profunda emoção devido a algum fato ocorrido, mas enfim, sempre vai ser um "poema-manifesto".
Às vezes, para se entender o manifesto do poema é preciso refletir: Todo poema quer dizer alguma coisa, ou na pior das hipóteses, negar alguma coisa!
_ Todo poema tem uma mensagem, que pode ser transitória ou permanente.
"mundo mundo vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima
Não uma conclusão" (Carlos Drummond de Andrade)
_ Setiu o manifesto?
O problema é quando se mistura político ditatorial no meio disso... Os políticos t~em medo da literatura por isso! Por mais que se queira passar uma mensagem ela sempre pode ser entendida de outra forma. Nuna se chega a uma conclusão!
Teve uma vez que um candidato político ensinou uma comunidade inteira - acho que rural - a ler, só para esta comunidade poder ler os cartazes de sua campanha política, o que foi possível e concretizado.
Só que os alunos desta comunidade aprenderam a ler, e começaram a ler tudo, não só o cartaz do político em questão... SE ele foi eleito eu não sei: isso foi uma história contada por algum professor na faculdade!
Então, a poesia, a literatura, é a mesma coisa. Não se tem amarras, por mais que se queira, afinal cada leitor, cada indivíduo vai ler o texto ou a poesia de acordo com o seu conhecimento de mundo, atribuindo, cada leitor, um significado diferente - e esse é o pesadelo dos partidos políticos!
_ Não é á toa que se tentou por amarras à literatura na Alemanha nazista, e não é à toa também que na Ditadura Militar brasileira - e em todas as outras mundo à fora - se tinha livros proibidos à literatura dita saudável pelos poderosos do regime.
_ Quem lia Marx no Brasil era taxado de comunista nos anos de 1960...
A mesma coisa acontece, agora, com a poesia, pois a poesia é o único g~enero literário ao qual não se pode por amarras - a não ser pela imposição de palavras, o que não adiantou no caso brasileiro:
"Vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer..." (Geraldo Vandre) , ou ainda "Papai não quero ser prefeito, pode ser que eu seja eleito, e alguém pode querer me assassinar..."; e, "Viva! Viva! Viva a sociedade alternativa..." (Raul Seixas)
_ Sempre se há um jeito de se driblar um imposição imposta!!!
Agora o governo brasleiro fez uma cartilha de palavras proibidas, ou ofensivas, enfim - seja feita a sua vontade...
"Se eu quero o que você quer, tomar banho de chapéu, ou esperar Papai Noel, ou discutir carlos gardel então vá. faça o que tu queres pois é tudo da lei..." (Raul Seixas!)
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