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domingo, 25 de setembro de 2011



Como informado em artigo anterior, neste blog: Uma bomba explodiu no Riocentro, em um show de música brasileira, no ano de 1981, em comemoração do Dia do Trabalho (1º de maio) – e que foi realizado em 30 de abril, um dia antes! – em um show que havia sido organizado pelo Centro Brasil Democrático, que era ligado ao Partido Comunista do Brasil, o PCB, e que reuniu cerca de 20 mil pessoas – estudantes na sua maioria.

Este blog afirma que a Modernidade no Brasil começou com a Bomba do Riocentro, durante o primeiro Rock in Rio. O local estava certo, porém o nome do show estava errado.

O Rock in Rio aconteceu, já na fase literária da Modernidade, quando o foco cultural já tinha se transferido da poesia para a música. Participaram deste show artistas brasileiros como Chico Buarque, Milton Nascimento, Ivam Lins, Gonzaguinha e outros.

Quando o Rock in Rio aconteceu pela primeira vez, 1985 – anos mais tarde –, a juventude artística nacional já estava amadurecida. Os poetas se expressavam através da música! As bandas de rock de Brasília já existiam, e foi essa turma que inspirou a geração de 1980 à dar uma resposta à Ditadura Militar, que descambou na decorrência da Redemocratização carta-branca, que deu fim à abertura “gradual e progressiva” do general Figueiredo, e acarretou a eleição de Tancredo Neves – sua morte como retaliação também! -, e posse do vice-presidente eleito, que era da chapa conservadora, o atual Presidente do Senado, José Sarney: uma redemocratização sob a égide da Ditadura!

Na verdade a classe artística do pai é que é a responsável por não deixar morrer a esperança nos tempos da repressão! Não foi à toa que o Ato Institucional nº 5 – o AI5, de 13 de maio de 1968 – instituiu a censsura!!! Esse foi um jeito de cercear a manifestação livre a cultura no país. Eles sabem que a cultura tem o poder de revelar tudo de uma forma leve...

O Começo de tudo!!!

(www.folhaonline.com.br)
Em 1981, dois estudantes do Colégio Imaculada da Conceição, no Rio de Janeiro, decidiram formar uma banda de rock'n roll, misturando blues com o estilo dos Rolling Stones. Algum tempo depois, a dupla — Guto Goffi, baterista e Maurício Barros, tecladista— se uniu a Roberto Frejat, na guitarra, e a Dé, no baixo. Os ensaios ocorriam sempre na casa dos pais de Maurício e como a banda ainda não tinha vocalista Léo Jaime, um amigo, acabava fazendo o vocal algumas vezes. Ao ser chamado para entrar na banda, porém, Léo recusou o convite, e indicou Cazuza para assumir o seu lugar. O vocal berrante de Cazuza agradou muito aos outros quatro, e depois que ele mostrou algumas letras antigas que vinha escrevendo havia tempos, não demorou nada até que o Barão Vermelho, uma banda cover até então, começasse a compor suas próprias músicas, e formasse um repertório próprio.


Barão Vermelho e Barão Vermelho 2
Em 1982, o som do Barão Vermelho se espalhou um pouco e agradou muito o produtor Ezequiel Neves e o diretor da Som Livre, Guto Graça Melo. Juntos, eles lançaram a banda e, com uma produção baratíssima, foi gravado, em apenas dois dias, o primeiro álbum do Barão, que recebeu o nome da banda. Das músicas mais importantes, destacam-se "Bilhetinho Azul", "Ponto Fraco" e "Down Em Mim". Depois de algus shows no Rio de Janeiro e em São Paulo, a banda voltou ao estúdio, agora por um mês inteiro, e gravou o LP "Barão Vermelho 2", lançado em 1983.


Maior Abandonado e Rock In Rio
Embora o quinteto pudesse ser promissor, as rádios não pensavam assim, e se negavam a tocar suas músicas. Só depois que Caetano Veloso reconheceu Cazuza como um grande poeta e incluiu a música "Todo amor que houver nessa vida" no repertório do seu show, o Barão Vermelho começou a ter o destaque que merecia. A repercursão foi tanta, que eles foram convidados para compor a trilha sonora do filme Bete Balanço, de Lael Rodrigues, em 1984, e o seu som se espalhou pelo Brasil. Aproveitando o embalo, o Barão Vermelho lançou o terceiro disco, Maior Abandonado, em 1984, conseguindo vender mais de 100 mil cópias em apenas seis meses.

Em 1984, o Barão Vermelho tocou com a Orquestra Sinfônica Brasileira, e em 1985, foi convidado para abrir os shows internacionais do Rock in Rio. Depois de tanto sucesso, estava claro para todos que a carreira da banda estava consolidada.

Há 30 anos, bombas no Riocentro afetavam o processo de abertura

Há 30 anos
JT 02/05/1981
Durante o Show do Dia do Trabalho, na noite de 30 de abril  de 1981, duas bombas explodiram no Riocentro. E o que deveria ser apenas um dia de festa transformou-se num dos mais misteriosos episódios da nossa história recente, marcando indelevelmente os anos finais do Regime Militar, e o processo de abertura política do país.
O show foi promovido pelo Centro Brasil Democrático, entidade ligada ao PCB.  Contou com a apresentação de vários artistas, entre eles,  Chico Buarque de Holanda, Milton Nascimento Ivan Lins e Gonzaguinha. E Reuniu cerca de 20 mil pessoas, na sua maioria estudantes.
Por volta das 21 horas, uma bomba explodiu no estacionamento, dentro do carro onde estavam os dois militares. A explosão matou o sargento Guilherme Pereira do Rosário, que estava no banco de passageiro e carregava o artefato no colo, e feriu gravemente o motorista, o capitão Wilson Dias Machado.
Ambos os militares pertenciam ao DOI- CODI.
A segunda bomba detonou na caixa de força da estação elétrica, sem conseguir cortar a luz, a explosão não chamou muita atenção e o show não foi interrompido.
Caso as bombas cortassem a força no Riocentro, o pânico dos milhares de espectadores, com a escuridão e o barulho das explosões, poderia ter provocado uma tragédia.
Se bem sucedido, o ataque teria sido o maior atentado terrorista urbano da história do Brasil.

 
JT 02/05/1981
Em 07 de maio de 1981, o presidente Figueiredo foi a público, declarar a posição do governo quanto ao atentado e acalmar os temores de que o ato terrorista pudesse prejudicar o processo de abertura política.
Em sua declaração o presidente reafirmou o compromisso político de redemocratizar o país. Dirigindo-se a grupos radicais dentro das Forças Armada, declarou que “apesar de soldado” não aceitava a guerra em tempos de paz, disse que compreendi apenas o combate de “ideias”, e que condenava qualquer ato de terror, fosse de direita ou de esquerda.
O Estado de S.Paulo 07/05/1981
Um mês após as explosões do Riocentro, o Inquérito Policial Militar (IPM) concluía que os militares estavam no local em missão de informações, e que foram “vítimas” de uma armadilha. O inquérito não negava que o crime era de competência militar, mas dizia que não era possível identificar sua autoria, uma vez que havia “vários grupos radicais – de esquerda e direita – interessados em provocar o descrédito dos órgãos de informações.
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O Estado de S.Paulo junho de 1981
Em 3 de outubro de 1981, o Supremo Tribunal Militar, por maioria de votos – 9 a 4- decidiu arquivar o processo.
Fortes indícios apontavam o envolvimento de oficiais das Forças Armadas no atentado. O arquivamento do processo gerou grande indignação nacional.
O Estado de S.Paulo 03/10/1981
Alguns anos após a redemocratização do país, em militares e políticos começaram a revelar novos fatos sobre o caso. O ex-presidente João Baptista Figueiredo,  declarou numa entrevista, em 1981 que  o resultado do processo Riocentro não havia convencido ninguém, porque “não chegou a nada”. Na mesma entrevista, Figueiredo diz que houve participação de militares no planejamento do atentado.
Em 1999 mais uma revelação o general de Exército Newton Cruz, antigo chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), disse à Comissão de Direitos Humanos da Câmera, que foi informado, momentos antes das explosões, que agentes do governo realizariam “um protesto” no estacionamento do Riocentro. Disse também que os agentes tinham planejado colocar apenas “uma bombinha vagabunda”, sem a intenção de “matar”.
Dezoito anos depois, o processo foi reaberto.
Novas provas levaram a instauração de um novo inquérito policial – militar (IPM) . A nova investigação trouxe à tona fatos que o inquérito original ocultou. Foram indiciados e apontados como responsáveis: o coronel Wilson Machado, o general de reserva Newton Cruz, o sargento Guilherme do Rosário, morto na explosão, e o coronel Freddie Perdigão, antigo chefe do SNI do Rio, morto em 1997. O caso foi levado ao Supremo Tribunal Militar (STM).
O Estado de S.Paulo 18/05/1981
Em maio de 2000 o Supremo Tribunal Militar arquivou o caso. O ministro do Supremo Tribunal Militar, Carlos Alberto Marques entendeu que o crime foi enquadrado em 1988 na Lei de Anistia, impedindo sua ação penal.

O Estado de S.Paulo 05/05/1981
Pesquisa  e texto: Lizbeth Batista
Tratamento de Imagens: José Brito

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