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sábado, 17 de maio de 2014

Samuel Wainer

Uma vez o Boechat disse, na Bandnews, que não se deveria processar bancos porque são eles que financiam tudo.

Uma vez moi uma ação contra o IBI porque eles falsificaram o nome da minha esposa para atestar que eu tinha pedido um cartão formalmente. Na verdade apenas aceitei o cartão por telefone... Entramos com uma ação contra o IBI, e mesmo eles tendo falsificado o nome da minha esposa, nós perdemos a ação!!!

Sabe como o Samuel Wainer conseguiu fazer o jornal "Última Hora" nos anos 50? 

Foi assim:[Minha Razão de Viver, 1987, pg 124]

Getúlio tomou posse a 31 de janeiro de 1951, em meio a uma imensa celebração popular. A esmagadora maioria da imprensa brasileira reagiu com frieza, com reportagens que de modo algum refletiam o que efetivamente ocorrera. Contrariando as previsões, o presidente Dutra compareceu à cerimônia de transmissão de cargo. Getúlio entrou no Catete carregado pelo povo, foi um espetáculo magnífico... NO dia seguinte, fiel às tradições da época, Getúlio subiu a serra rumo à Petrópolis, onde passaria as férias de verão instalado no Palácio Rio Negro. A 2 de fevereiro, seria realizada a primeira reunião do novo ministério. Viajei para Petrópolis, encarregado de fazer a cobertura para os Diários Associados. Tratava-se evidentemente, de uma reunião importantíssima, ao final da qual seriam anunciadas algumas diretrizes do governo Vargas. Ao chegar ao palácio, constatei, espantado, que além de m im só um repórter da Ag~encia nacional subira a serra. Percebi que a imprensa decidi5a fechar o cerco a Getúlio vargas através da conspiração do sil~encio.

Terminada a reunião, fui convidado a ficar e jantarcom a família presidencial. Depois, Getúlio chamou-me a acompanhá-lo à sua sala de despachos, um enorme salão que ele usava para conversas reservadas, entre baforadas de charuto e curtas caminhadas de um lado para o outro.

- Tu te lembras de uma frase que me dissestes no dia em que começamos a campanha? - perguntou-me de saída o presidente.

Não me lembrava.

- Era uma frase sobre jornalismo - disse vargas.
Só então recordei a frase que dissera a Getúlio no dia em que me sentei a seu lado para voarmos do Rio de janeiro ao Amazonas: "A imprensa pode não ajudar a ganhar, mas ajuda a perder."

Nauqele dia eu lhe chamara a atenção para o fato de que era o único jornalista destacado para cobrir a sua campanha, enquanto a do brigadeiro Eduardo Gomes mobilizava pequenas multidões de repórteres e fotógrafos. Eu o advertira de que teria toda a grande imprensa contra a sua candidatura. Getúlio retrucara que não precisava da grande imprensa para ganhar. Ele provavelmete pensava no exemplo famoso de Franklin Roosevelt, que sempre venceu eleições apesar da oposição que lhe moviam os jornais americanos. Em resposta, eu ponderara que, ao contrário do que ocorria em países como os Estados Unidos , no Brasil, a imprensa tinha um fortíssimo poder de manipulação sobre a opinião pública, e que não era fácil enfrentá-la. Então, disse-lhe a frase que meses depois seria por ele lembrada na sala de despachos do palácio Rio Negro.

- Tu reparaste que hoje não veio ninguém cobrir a reunião? = perguntou Getúlio.

Respondi que sim, e observei que fora desencadeada a conspiração do silêncio.

O Senhor só vai aparecer nos jornais quando houver algo negativo a noticiar - preveni. - Essa é uma tática normal de oposição, e a mais devastadora.

Ele andava de um lado para o outro. De repente, parou e me disse sete palavras que seriam a senha para abrir-me as portas da grande aventura.

- Por que tu não fazes um jornal?                       

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