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domingo, 1 de fevereiro de 2015

Solução Pikettyana...

Já que os trabalhadores não se vêem mais como uma classe, mas o são!, penso que deveria haver um importo mínimo para o país, de 10 reais para trabalhadores de baixa renda, que seriam acumulados durante um ano ou um ano e meio, e que no fim do período os trabalhadores poderiam retirar o dinheiro enquanto que os juros deste valor ficaria para o governo. Assim a sociedade deixaria de ser baseada no consumo e passaria a ser baseada na poupança, como Tomas Piketty sugere no livro “O Capital do Século XXI”

Percebo que Marx não estava totalmente errado, assim como não estava totalmente certo, porém, é importante se conscientizar as pessoas de que para se chegar ao topo – abrir um negócio – é preciso se acumular capital, o que nos tempos atuais é possível, através de uma consignação e muita disciplina... Afinal r > g !!!

(Dennys Andrade)


Marx não pôde imaginar que a classe burguesa engendraria no proletariado seus valores e daria a ele essa possibilidade de consumo. Os trabalhadores agora com poder de compra, não se vêem mais com uma classe.

Iniciamos assim a era da disciplina científica, na qual nos encontramos até hoje. Nela, não precisamos de contramestres para nos exigir disciplina e produtividade, exigimos isso de nós mesmos automaticamente porque agora, como diria Michelle Perrot, nosso contramestre é nossa consciência. Vivemos cada minuto de nossas vidas empenhados em sermos úteis e valiosos para o mercado e dessa forma - apenas dessa forma - sermos alguém, o que, na lógica capitalista quer dizer consumir e ascender economicamente para consumir mais.

_ Penso que no Brasil, e certamente no mundo todo, já que o mundo é globalizado - tendo a consciência como contramestre – todos querem se especializar em algo, porém, como o ensino no país é débil, ao invés de ter como objetivo fazer uma faculdade, o objetivo se caracteriza num “curso técnico”, para depois ser concretizado o ensino superior, e isso é bom...


Não há marxismo sem marxistas; estes não são muitos, hoje, no Ocidente. No Brasil, às vezes tem-se a impressão de que o marxismo floresce sobretudo na universidade, na área de humanas, e ilumina muitos nichos da crítica. Mas nos partidos de esquerda, o marxismo é quase sempre um indesejado e no operariado ele é mais, é desconhecido. Operariado aliás, hoje multifacetado, reduzido nos locais produtivos, abundante nos locais de serviço, milhões nos trabalhos informais, uma grande classe não-classe. Será possível combinar reflexão criadora, novas interpretações do mundo, descoladas do trabalho?

As explorações sobre essas intrigantes questões não se farão com um marxismo ensimesmado, sectário e doutrinário; mas não se trata de proclamar um ecletismo despolitizado: as interrogações partem da tomada de posição de que o marxismo pode ainda alimentar as lutas pela transformação social e política, senão com a transcendência e abrangência mostradas no século XX, pelo menos com uma postura crítica que não se deixará seduzir nem pelo apocalipse nem pelo conformismo. Em suma, um marxismo dialógico e dialético. 


Introdução

Sabe-se que o pensamento marxiano se configurou como uma clara perspectiva crítica e revolucionária, ou seja, de compreensão da realidade social até a sua raiz e de superação radical da ordem burguesa. E foi precisamente este caráter radical e revolucionário que ele foi perdendo ao longo da sua trajetória. Entre as inúmeras deformações que ele sofreu, está a redução desta radicalidade a mera crítica teórica ou a uma crítica política, quando a questão é muito mais ampla e profunda. Ser radical, como o próprio Marx diz, é ir à raiz. Ora, continua ele, a raiz do homem é o próprio homem. Trata-se, pois, ao nosso ver, de retornar a Marx, não para encontrar o “verdadeiro Marx” – tarefa impossível e sem sentido – mas, para buscar nele os fundamentos para a compreensão do mundo dos homens até a sua raiz, compreensão que, por sua própria natureza, tem um caráter revolucionário.

O sentido preciso de nossa afirmação é este: Marx lançou os fundamentos de uma concepção radicalmente nova de fazer ciência e filosofia e, portanto, de compreender o mundo. Isto quer dizer que o fundamento da luta revolucionária está primeiramente na ontologia (natureza do ser social) e só depois na política e na ética

Argumento Histórico

O pressuposto dessas afirmações é que as idéias são sempre mediações – ainda que indiretas – para o conhecimento e a intervenção na realidade. Ora, é claro que, numa sociedade de classes, as classes dominantes buscarão compreender a realidade e orientar a intervenção nela de modo a favorecer os seus interesse que, não esqueçamos, são sempre apresentados como interesses universais. Não se trata de querer ou não. Trata-se de uma necessidade inescapável. Isto acontece até, embora de forma muito diferente, com relação ao conhecimento da natureza. Quanto mais em relação ao conhecimento da sociedade! Afinal, como bem disse Marx “As idéias dominantes são as idéias das classes dominantes”.
Contudo, não há nenhum argumento conclusivo que demonstre que a passagem do capitalismo ao comunismo é impossível. Argumentando ad hominem, em boa lógica popperiana, a afirmação de que o comunismo é impossível é uma afirmação não falsificável, o que lhe retira qualquer caráter científico e traduz muito mais o desejo da burguesia. O fracasso das tentativas até agora feitas apenas prova que aquele não era o caminho, mas não a impossibilidade de atingir tal objetivo. Isto é boa lógica!
É a classe trabalhadora, por sua própria natureza, que expressa, como já vimos, a possibilidade e a exigência de superação do capitalismo. É na análise da sociabilidade regida pelo capital que Marx encontra as possibilidades de sua superação, as balizas que deverão fundamentar essa superação e o sujeito decisivo dessa tarefa. Nada disto confere validade a tudo o que Marx escreveu. Apenas expressa o fato de que ele, ao examinar o processo real, lançou as bases para uma nova forma de fazer ciência e filosofia e de intervir no mundo, trazendo, assim, à tona a possibilidade de uma nova e superior forma de sociabilidade.


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